Há um corpo de rio
luzido pelo sol
em hora matinal.
Ergue-te cidade a amanhecer.
Concha aberta pousada
No dourado da tua face pedra
um lento secular flutuar.
Ondula a luz e a cor
e a cidade que te cresce perante.
Sulca o olhar de saudade
de memória ida
nunca acabada.
Pela manhã. Ver e chegar.
Arrepio na barriga
O ondular.
O barco teatro que a ti cruza rápido
Chegar a ti, cidade
Olhar aberto
Coração vontade
Pela ponte vermelha
no morrer da tarde
Sair de ti a medo
trair-te, cidade.
Baloiça tremendo o barco teatro
Brinquedo solto
Abalroado
Direito a ti, cidade
ao Augusto arco
ao terreiro,
ao amarelo paço
ès luz
ès sorriso pedra
de boca rasgado
E és Lisboa, nenhuma outra.
ès Lisboa que abraça,
nascida
acordada
bela
jazida
sobre o rio
berço de àgua
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2 comentários:
Ao escreveres, envenenas-me a alma e eu até gosto.....
excelente
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