terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Escada Cadente

Ver-te
em que ela no degrau mais alto
ficava à tua altura
Face com face
tronco com tronco
Despedias-te quando o dia se despede da noite.
Beijavas-lhe a testa
suave
Tua mão no seu cabelo
afastando-o da cara

Saber-te
O carinho, ela
teu carinho, nela
Tua mão no seu cabelo
meu viver pesadelo
meu ser amargo
mal-amado

Lembrar-te
Na escada cadente
No abraço
Na noite crente
No dia pendente
o gesto de credo
pela tua mão no seu cabelo
viver pesadelo
Pelo teu carinho
trovão placebo
forçada poesia
tamanha ironia
poção eutanásia

2 comentários:

Moca disse...

Sempre em grande.Gostei muito.
As tua lágrimas serão sempre gotas de afecto para mim.

BMFB disse...

estranho como o bonito consegue ser triste e solitário. um ligeiro amargo doce.

lindo!